Portugal tem testemunhado um aumento significativo na população estrangeira nos últimos anos – como já escrevemos aqui – com quase 800 mil estrangeiros a residir no país, representando um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da PORDATA. Este fenómeno tem sido constante desde 2016, quando o número de estrangeiros estava abaixo de 400 mil.
A comunidade estrangeira em Portugal é diversificada, sendo os brasileiros a maior parcela, seguidos pelos britânicos, cabo-verdianos, italianos e indianos. Também de acordo com a PORDATA, 76% dos estrangeiros no país vêm de fora da União Europeia, destacando-se o Brasil como a nacionalidade mais representada, como já dissemos, totalizando 29,3%.
O aumento da população estrangeira também se traduz em contribuições para a Segurança Social em Portugal. Em 2022, as contribuições dos imigrantes atingiram um recorde histórico de 1.500 milhões de euros, representando um aumento notável de 19% em comparação com o ano anterior. Esses dados foram revelados pela vice-presidente do Instituto de Segurança Social (ISS), Catarina Marcelino, durante uma audição parlamentar.
A evolução positiva nos últimos sete anos demonstra que o peso dos trabalhadores estrangeiros na Segurança Social aumentou de 3% para 13%. De acordo com a notícia do ECO, Catarina Marcelino enfatizou que os imigrantes são uma mais-valia para o sistema, contribuindo positivamente para a sustentabilidade da segurança social em Portugal.
No entanto, a vice-presidente do ISS também destacou as vulnerabilidades sociais de alguns imigrantes, especialmente aqueles que vêm de países fora da Europa. Questões como a falta de conhecimento do idioma português, a ausência de uma rede social e familiar, e a descontextualização cultural podem levar a situações de exploração laboral e carência.
Em resumo, o aumento da população estrangeira em Portugal está diretamente ligado ao crescimento das contribuições para a Segurança Social, atingindo um marco significativo em 2022. Essa dinâmica positiva, no entanto, destaca a importância de abordar as vulnerabilidades sociais enfrentadas por alguns imigrantes para garantir uma integração eficaz e sustentável.