Portugal destaca-se na redução do consumo de energia

Entre 2015 e 2020, a economia portuguesa conseguiu reduzir em 10% o consumo de energia, atingindo assim o 8º lugar do relatório Green Transition Index, que analisa o desempenho ambiental de 29 países

 

A economia portuguesa é a 8ª na Europa que mais reduziu o consumo de energia primária, de acordo com o Green Transition Index (Índice de Transição Verde), um estudo da consultora de estratégia global, Oliver Wyman recentemente divulgado e que analisa o desempenho ambiental de 29 países incluindo os que integram a União Europeia e o Reino Unido.

 

Se, por um lado Portugal se destacou em matéria de energia e edifícios, por outro, ficou aquém das expectativas em termos de gestão de resíduos e proteção da natureza, sendo “atirado” para o final de uma tabela liderada pelos Países Baixos e pela Dinamarca.

 

Em termos práticos este documento salienta que em termos de gases com efeito de estufa, a economia portuguesa foi responsável pelo lançamento de 308 toneladas de gases poluentes para a atmosfera em 2020. A consultora de estratégia global Oliver Wyman acrescenta que entre 2015 e 2020, ou seja, em 5 anos, Portugal conseguiu reduzir o seu consumo de energia em 10%. O relatório indica igualmente que a média nas restantes economias analisadas, em termos de dimunuição do consumo energético é de 6%.

 

O Green Transition Index é um relatório que analisa variantes distintas: indústria transformadora, economia, edifícios, transportes, resíduos, energia e natureza. Cada categoria recebe uma pontuação, cuja média origina uma classificação geral. Portugal alcançou o 18º da tabela, com uma pontuação de 48/100, estando, por exemplo, 4 lugares atrás de Espanha.

 

 

As questões da sustentabilidade ambiental

O destaque para a economia portuguesa e consequentemente a redução de 10% e consumo de energia entre os anos de 2015 e 2020 pode ser explicado, de acordo com a consultora Oliver Wyman pelo facto de Portugal se evidenciar em matéria de dimensão de projetos de hidrogénio verde em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), aliado à capacidade de manutenção de projetos de armazenamento relacionados com baterias e ainda com o peso efetivco das energias renováveis e dos bicombustíveis na produção de eletricidade.

Em matéria de edifícios, Portugal encontra-se bem cotado (na segunda posição nesta categoria específica) e ao lado da Europa Oriental e dos Países Bálticos. O Green Transition Index explica que no País as energias renováveis são utilizadas para aquecimento doméstico e igualmente que existe um baixo consumo de eletricidade per capita. Contudo, em termos de sustentabilidade, nomeadamente na construção de edifícios, Portugal é “arrastado” novamente para o meio da tabela, ocupando o 19º lugar.

 

Já na gestão de resíduos, os dados analisados ficam muito aquém das expectativas, na medida em que, entre os 29 países analisados, Portugal fica entre os piores em termos de conservação da natureza e é considerado um dos países que mais gera lixo doméstico.

 

A propósito das questões da sustentabilidade, lideradas pela Europa em relação ao resto do mundo mas a ritmos distintos, Pepa Chiarri, diretora da consultora Oliver Wyman – responsável pelo Green Transition Index – para o Clima e a Sustentabilidade comenta: “Em função das enormes necessidadesde capital, é plausível que os países mais ricos estejam mais avançados em termos de sustentabilidade ambiental. De facto, quando se abalisa a relação entre a riqueza de um país que é medida pelo PIB per capita (Produto Interno Bruto), e o seu desempenho e classificação no Green Transition Index, conclui-se claramente que os países mais ricos e consequentemente com capacidade financeira para investirem na transiçao, tendem a ter uma pontuação mais elevada que os países com um desempenho económico mais baixo”.

 

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