A Câmara Municipal de Lisboa está a formalizar a candidatura da emblemática Baixa Pombalina a Património Mundial da UNESCO. Se for aceite, a capital do País junta-se ao Centro Histórico do Porto ou de Guimarães ou ainda ao Convento de Cristo, em Tomar ou ao Mosteiro da Batalha, entre tantos outros lugares classificados como património mundial
De norte a sul de Portugal e ao longo dos anos, são vários os lugares, monumentos ou paisagens que foram classificadas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO – como Património Mundial. No inicio de 2023 chegou a vez da emblemática Baixa Pombalina – o designado Centro Histórico – de Lisboa candidatar-se a tão prestigiante reconhecimento.
O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, fundamenta a candidatura da capital do País, descrevendo a cidade como “única, histórica e inovadora, tradicional e cosmopolita”, acrescentando que é necessário “ter em conta a excecionalidade desta zona histórica e os seus contributos para a história da humanidade”.
O autarca destacou igualmente os bens patrimoniais da cidade, “em particular aqueles que recordam a impressionante capacidade de resposta que o povo português teve ao terramoto e 1755, um dos mais avassaladores de sempre”.
As distinções da UNESCO obedecem a certos requisitos e visam sobretudo proteger os locais de valor universal excecional e consequentemente defendendo um património cultural, cujo valor é inestimável.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, a Baixa Pombalina possui um “reconhecido valor histórico e patrimonial, que representam diferentes épocas e conservam a sua autenticidade”, referindo que esta zona da cidade engloba mais de uma dezena de monumentos nacionais e vários imóveis de interesse público, entre os quais o Torreão Poente da Praça do Comércio. Este edifício por si só representa, na voz do autarca, “uma peça museológica” na medida em que remonta ao final do século XVIII, quando toda a Baixa Pombalina foi reconstruída na sequência do terramoto de 1755. “O Torreão Poente da Praça do Comércio vai ser objeto de requalificação para acolher um núcleo do Museu de Lisboa”, acrescentou o autarca.
As primeiras classificações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO – em Portugal como Património Mundial aconteceram em 1983, despertando a curiosidade internacional sobre um património que até então não usufruía de grande destaque a nível global, ano em que o Mosteiro da Batalha, o Convento de Cristo (em Tomar) e o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém (em Lisboa) foram agraciadas com esta distinção. Ao longo dos anos, seguiram-se várias outros lugares ou monumentos que integram não só a história do País como o património mundial.
O que classifica a UNESCO em Portugal como Património Mundial?
- Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém – Lisboa. 1983
- Centro Histórico de Angra do Heroísmo – Ilha Terceira. Açores -1983
- Mosteiro da Batalha – 1983
- Convento de Cristo. Tomar – 1983
- Centro Histórico de Évora – 1986
- Mosteiro de Alcobaça – 1989
- Paisagem Cultural de Sintra – 1995
- Centro Histórico do Porto – 1996
- Parque Arqueológico do Vale do Côa (Arte Rupreste) – 1998
- Floresta Laurissilva da Ilha da Madeira – 1999
- Centro Histórico de Guimarães – 2001
- Alto Douro Vinhateiro – 2001
- Paisagem da Cultura da Vinha do Pico. Açores – 2004
- Cidade Quartel Fronteiriça de Elvas suas Fortificações – 2012
- Universidade de Coimbra, Alta (Biblioteca Joanina, Pátio das Escolas, Capela de São Miguel e Torre do Relógio) e Sofia (baixa da cidade). Coimbra – 2013
- Santuário do Bom Jesus do Monte. Braga. 2019
- Real Edificío de Mafra (Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada) – 2019