Os escritórios de Portugal atingiram, em 2022, um número recorde na ocupação (em termos de aquisição e arrendamento) de para empresas nacionais, internacionais e multinacionais, nas cidades de Lisboa do Porto, registando um aumento de 75% face a 2021. Estes dados foram divulgados durante o mês de dezembro pelo Office Flashpoint da consultora JJ.
Se, por um lado, a reorganização de espaço e o regresso ao escritório (em regime permanente ou híbrido) foi uma realidade para muitas empresas, por outro, o relatório Office Flashpoint indica que, entre janeiro e novembro de 2022, foram ocupados 312.000 m2 (trezentos e doze mil metros quadrados) de área bruta para escritórios em Lisboa e no Porto, “contra” os 178.000 m2 (cento e setenta e oito mil metros quadrados) contratualizados no mesmo período de 2021.
De acordo com os números divulgados, em Lisboa, a área da cidade com maior dinâmica é o Parque das Nações, onde 35% do mercado são empresas de serviços financeiros. Já no Porto e em Matosinhos, as TMT’s & Utilities (empresas de Tecnologia, Media & Comunicações) lideram a lista. O documento revela, ainda, que o número de clientes internacionais cresceu substancialmente.
Uma das razões para este boom do arrendamento de escritórios em Lisboa e no Porto, pode ser explicado pela instalação de empresas internacionais e multinacionais em Portugal, entre as quais a finlandesa Eva Global – especializada no apoio à mobilidade elétrica – que em 2022 arrendou mais de 2000m2 (dois mil metros quadrados), numa das zonas mais prestigiadas da capital.
Também o banco internacional BNP Paribas adquiriu espaços na zona do Parque das Nações, totalizando, assim, 38.250m2 (trinta e oito mil, duzentos e cinquenta metros quadrados).
De acordo com um relatório da consultora Cushman & Wakefield, apresentado no início de 2023, as empresas portuguesas contribuíram, também, para o alcance deste número imprevisível no mercado imobiliário.
Uma das maiores transações registadas foi da companhia de seguros Fidelidade que mudou a sua sede, na capital, para um edifício com 28.000 m2 (vinte e oito mil metros quadrados).
A consultora Cushman & Wakefield destaca, igualmente, a ocupação cujo proprietário por enquanto é confidencial, da quase totalidade de um dos blocos do projeto ALLO com 18.000m2 (dezoito mil metros quadrados), ainda em fase de construção na zona de Alcântara, em Lisboa.
Na cidade do Porto, salienta-se a ocupação da empresa internacional de Serviços e Pagamentos SaltPay, de 4740m2 (quatro mil, setecentos e quarenta metros quadrados) no Porto Business Plaza ou, ainda, o pré-arrendamento de 4000m2 (quatro mil metros quadrados) da consultora Kantar na zona de Matosinhos.
Em 2022 não foram apenas os espaços para escritórios e para empresas existentes ou novas. Também os flex offices ou espaços de coworking, registaram no primeiro semestre do ano um aumento de 11% em Lisboa e 15% no Porto, de acordo com os dados divulgados pela CBRE Portugal.
Com a pandemia, algumas empresas deixaram os seus locais físicos, reinventando-se após o trabalho remoto ou regime híbrido ser, cada vez mais, a realidade em Portugal. Nesse sentido, estes espaços são ocupados por empresas, por multinacionais, estrangeiros e portugueses que preferem trabalhar ali, do que em casa.
Em termos financeiros, e segundo os dados da consultora Cushman & Wakefield, o mercado de escritórios em Portugal – durante o ano de 2022 – simbolizou um investimento de 770 milhões de euros, o que representa 27% do capital que entrou no mercado português através da área do imobiliário.
Em termos de volume de negócio, o Projeto Crown (21 hotéis, 5 campos de golfe, propriedades, plataformas e um centro comercial) ocupa o topo da lista, tendo sido classificado como o negócio do ano e que representa um investimento de 850 milhões de euros.
Os dados apresentados, dão igualmente nota que nos meses de 2022 abriram 44 novas unidades hoteleiras no País, com especial destaque para Lisboa, Douro e Algarve.